Quando GAL COSTA nasceu, no dia 26 de setembro de 1945, o mundo festejava o começo de um período histórico repleto de perspectivas otimistas, mudanças de comportamento, alterações culturais e avanços políticos. A Segunda Guerra Mundial, que embaralhou por seis anos os podres poderes das grandes potências, deixando um saldo de milhões de mortos, havia acabado 24 dias antes com a rendição oficial do Japão.
Sua mãe contava que durante a gravidez passava horas concentrada ouvindo música clássica, como num ritual, com a intenção de que esse procedimento influísse na gestação e fizesse que a criança que estava por nascer fosse, de alguma forma, uma pessoa musical.
Gal começou a cantar aos 15 anos em festinhas em Salvador, em 63 conhece Caetano Veloso, com quem inicia uma amizade e uma admiração mútua que dura até hoje. Em 64 estreou ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, o espetáculo Nós, Por Exemplo, que inaugurou o teatro Vila Velha.
Deixa Salvador para viver na casa da prima Nívea, no Rio de Janeiro, seguindo os passos de Maria Bethânia, que havia estourado como cantora no espetáculo Opinião. Participou do I Festival Internacional da Canção, em 66, interpretando a canção Minha senhora (Gilberto Gil e Torquato Neto), que não emplacou. O primeiro LP foi lançado em 67, ao lado do também estreante Caetano Veloso, Domingo, pela gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music), permanecendo neste selo até 83. Desse disco fez grande sucesso a canção "Coração vagabundo", de Caetano Veloso. Participou também do III Festival de Música Popular Brasileira defendendo as canções Bom dia (Gilberto Gil/Nanna Caymmi) e Dadá Maria (Renato Teixeira), esta última em dueto com o Sílvio César no Festival e com Renato Teixeira na gravação.
Em 1970 viaja para Londres para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, exilados pela ditadura militar, e dessa viagem traz algumas músicas incluídas em seu disco seguinte, "Legal".
Nesse mesmo ano realiza um dos shows mais importantes da música brasileira, "Fa-Tal", dirigido por Waly Salomão e que gravado ao vivo gerou o disco que até hoje é considerado por muitos críticos como o mais importante de sua carreira, o "Fa-Tal / Gal a Todo Vapor", que traz grandes sucessos como "Vapor barato" (Jards Macalé - Waly Salomão), "Como 2 e 2" (Caetano Veloso) e "Pérola negra" (Luiz Melodia).
Em 1975 Gal faz imenso sucesso ao gravar para a abertura da telenovela da Rede Globo "Gabriela" a canção "Modinha pra Gabriela" (Dorival Caymmi). Desse ano também é o sucesso "Teco teco" (Pereira da Costa - Milton Vilela), lançada em compacto.
Nesse mesmo ano, ao lado dos colegas Gilberto Gil, Caetano e Maria Bethânia, participa do show "Doces Bárbaros", nome do grupo batizado e idealizado por Bethânia, espetáculo que rodou o Brasil e gerou o disco Doces Bárbaros. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70 e, ao longo dos anos, foi tema de filme, DVD, enredo da escola de samba GRES Estação Primeira de mangueira em 1994 com o enredo Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra. Inicialmente o disco seria gravado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo de estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.
Na década de 80 gravou os discos: "Aquarela do Brasil"(1980); "Minha Voz"(1982); "O Grande Circo Místico"(1983); "Profana"(1984) e "lua de Mel como o Diabo gosta"(1987)
Em meados dos anos 90 Gal mudou oficialmente o seu nome de Maria da Graça Costa Penna Burgos para Gal Maria da Graça Penna Burgos Costa.
Em 1990 gravou o disco "Plural", Em 1992 lança o disco "Gal", com repertório em boa parte extraído do show "Plural", e do qual fez sucesso a música "Caminhos cruzados" (Tom Jobim - Newton Mendonça). Em 1995, lançou "Mina d'água do meu canto"
Em 2001, gravou o CD "Gal de tantos amores". Em 2002, lançou o CD "Bossa Tropical". Em dezembro de 2011 lança o álbum "Recanto", produzido por Caetano Veloso e Moreno Veloso. Álbum eletrônico idealizado por Caetano Veloso, Moreno Veloso e Kassin. Elogiadíssimo pela crítica foi eleito o melhor álbum de 2011.
DISCOGRAFIA:
- Domingo (1967) - com Caetano Veloso
- Tropicalia ou Panis et Circencis (1968) - com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé
- Gal Costa (1969)
- Gal (1969)
- LeGal (1970)
- Índia (1973)
- Cantar (1974)
- Gal Canta Caymmi (1976)
- Caras & Bocas (1977)
- Água Viva (1978)
- Gal Tropical (1979)
- Aquarela do Brasil (1980)
- Fantasia (1981)
- Minha Voz (1982)
- Baby Gal (1983)
- Profana (1984)
- Bem Bom (1985)
- Lua de Mel Como o Diabo Gosta (1987)
- Plural (1990)
- Gal (1992)
- O Sorriso do Gato de Alice (1993)
- Mina d'Água do Meu Canto (1995)
- Aquele Frevo Axé (1998)
- Gal de Tantos Amores (2001)
- Gal Bossa Tropical (2002)
- Todas as Coisas e Eu (2003)
- Hoje (2005)
- Recanto (2011)
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