Clara
Nunes
E
hoje vamos falar de mais uma das divas da MPB, a Clara Nunes!
Clara
Francisca Gonçalves Pinheiro, mais conhecida por Clara Nunes foi uma
das mais famosas intérpretes do país. Com a sua formação inicial
em Música Popular Brasileira, Clara passou por ritmos como samba e
bolero, além de compor sambas para a escola Portela. Nascida em 12
de agosto de 1942 na cidade de Paroapeba em Minas Gerais.
Em 1960,
já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã,
ela venceu a etapa mineira do concurso "A
Voz de Ouro ABC",
com a música "Serenata
do Adeus",
composta por Vinicius
de Moraes e
gravada anteriormente por Elizeth
Cardoso.
Na final nacional do concurso realizada em São
Paulo,
Clara Nunes obteve o terceiro lugar com a canção "Só
Adeus" (de
Jair Amorim e Evaldo
Gouveia).
A
partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio
Inconfidência de Belo
Horizonte.
Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas
Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em
clubes e boates na
capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton
Nascimento -
àquela altura conhecido como Bituca.
Naquela
época, fez sua primeira apresentação na televisão,
no programa de Hebe
Camargo em
Belo Horizonte. Em 1963,
Clara Nunes ganhou um programa exclusivo na TV
Itacolomi,
chamado "Clara
Nunes Apresenta" e
exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de
reconhecimento nacional, entre os quais Altemar
Dutra e Ângela
Maria.3
Viveu
em Belo Horizonte até 1965,
quando se mudou para a cidade
do Rio de Janeiro,
mais especificamente para Copacabana.
Discografia
Ditadura
Militar
Documento
confidencial do Centro
de Informações do Exército,
datado de 1971, menciona Clara Nunes em uma lista de artistas que
colaboravam com a ditadura
militar de 1964 (mais
precisamente, segundo o documento, artistas que "se uniram à
Revolução de 1964 no combate à subversão" ou "estão
sempre dispostos a uma efetiva cooperação com o Governo"). O
documento tratava de suposta campanha difamatória realizada por
veículos da imprensa contra esses artistas. A informação foi
considerada surpreendente por Vagner Fernandes, biógrafo da cantora;
segundo ele, Clara não era muito envolvida com política. Ela
chegara a gravar versão de "Apesar
de você",
canção de Chico
Buarque com
letra crítica à ditadura, mas — também segundo seu biógrafo —
o fizera sem dar-se conta dessa temática implícita.
Sua
morte
Em 5
de março de 1983,
Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia
de varizes,
mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do
anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante
28 dias internada na UTI da
Clínica São Vicente, no Rio
de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série
de especulações que circulavam na mídia sobre
sua internação, entre elas "inseminação
artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo
César Pinheiro".
Na
madrugada do sábado
de Aleluia de 2
de abril de 1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara
Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque
anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de
Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por
muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da
cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola
de samba Portela.
O sepultamento no Cemitério
São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs
e amigos. Em sua homenagem, a rua em Oswaldo Cruz onde fica a sede da
Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome (antiga Rua Arruda
Câmara).
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